quarta-feira, setembro 07, 2005

A técnica que foi do Bairro para a África do Sul ...



Noite de aniversário. Copos, conversas da treta com a única pessoa para a qual nós somos, num jantar de 20 pessoas, a única com quem está realmente à vontade para falar. Sinto a “dependência” e sorrio. Sentimo-la, na verdade, os dois e sorrimos. De treta em treta caímos na da “técnica do engate”. Mais uma vez estou na presença de um jogador (mal sabe ele que eu também sou, o que me dá um prazer acrescido). Não é novidade. Já a ouvi umas vezes, já a vi ser colocada em prática outras tantas, com mais ou menos savoir faire:


É a técnica do dar e voltar a tirar, do avanço e do recuo, que causa inquietação, insegurança e deixa o outro à sua mercê. A técnica do dizer que não à primeira oportunidade, o “pleasure delayer” à la Vanilla Sky... “E resulta!”, diz-me ele. Eu sei, “ahh como sei!”. Já fui sujeito activo e passivo, “mas hoje já não tenho grande paciência para esses jogos”, digo-lhe. (bull shit!)


A verdade, é que todos, vamos, de forma mais ou menos subtil, jogando esse jogo... jogo esse que é perigoso, uma arte difícil de se dominar, em que os impulsos são inimigos, em que é preciso e é precioso o sangue frio. Nem todos temos (ou será que há apenas alguns de nós que não queremos ter?) esse “dom”.


Passaram-se dias e eis que chega um pedido de “socorro” de South Africa. Folgo, mais uma vez, em ver que não são só as gajas que se preocupam com estas coisas... E toco a desbobinar a técnica não aprendida, mas antes recordada, naquela noite passada. Ficou encantado, e eu também! (assim enquanto pensa na técnica fica um nada mais forte e seguro, e já consegue trabalhar!)


Fico, no entanto, a pensar sobre o assunto (há mil e quinhentas coisas que poderia fazer, mas as hormonas desataram a correr para aí e quem sou eu para as parar...)

Normalmente, são as gajas que são as jogadoras, que não entram a matar, que não dizem o que querem directamente. Os gajos limitam-se, em jeito de porno star, a “se quieres quieres, se no quieres, amigos como dantes!” Não tenho dado estatísticos, mas “cheira-me” que há-de ser a regra geral. Quando um gajo não telefona, não manda sms, não fala no msn (a mais recente arma dada pela tecnologia), é simplesmente porque não se lembra dela. Quando se lembra telefona, manda sms, fala no msn... portanto, se o faz só de vez em quando... “caga nele”, dizem as amigas. Agora, e se, de repente este paradigma cai por terra, e há muitos mais do que aqueles que nós pensamos a jogar este jogo??? Aí as coisas complicam-se... Porque se é verdade que as gajas são jogadoras-natas, e que jogam como nenhum outro género o jogo da sedução, é também verdade que mais facilmente se “desmancham”, que mais facilmente ficam empolgadas e estragam tudo, baixam a guarda demasiado cedo. O jogo de cintura que é necessário torna-se uma tarefa pesada, e aí deixa de ter piada... (deve ser porque são duas as hormonas femininas...-- é a única explicação! )


O que vale é que há por aí muitas gajas “tipicamente gajos” e gajos “tipicamente gajas”, e uns e umas mais-ou-menos equilibrados!